57. Por que São José é considerado protetor da boa morte?

Há um livro apócrifo denominado “A história de São José, o carpinteiro,” que teve origem em Nazaré no século II., o qual foi escrito para uso litúrgico dos judeu-cristãos. Este relata que Jesus teria contado aos discípulos reunidos sobre o monte das Oliveiras toda a vida de José, particularmente a sua morte. Este relato difundiu-se ao ponto que os coptos monofisitas egípcios instituíram a festa da comemoração de sua morte, denominada de “trânsito”, no dia 20 de julho. Com a influência deste livro e desta festa, passou-se a considerar São José o protetor da boa morte e a cena do “Trânsito de São José” apareceu na iconografia e se difundiu rapidamente. Nasceram várias confrarias para promover esta festa, até aquela mais recente instituída pelo Papa Pio X em 1913 junto à Igreja de São José Al Trionfale, em Roma, denominada de “Pia união do trânsito de São José para a salvação dos agonizantes”. Também o Papa Bento XV no motu próprio “Bonum Sane” em 1920 quis que São José fosse lembrado como protetor dos moribundos porque expirou com a assistência de Jesus e de Maria. O mesmo Papa aprovou também duas missas votivas a São José, uma para os moribundos e outra para a proteção da boa morte, e também uma oração para obter a boa morte: “Que eu morra como o glorioso São José, entre os braços de Jesus e de Maria...”. Da mesma forma, Pio X em 1909 aprovou a Ladainha de São José, e dentre as invocações estão aquelas “esperança dos enfermos, padroeiro dos agonizantes e terror dos demônios”. Também o Papa Pio XI, o Ritual Romano de 1922, colocou para o rito da unção dos enfermos a invocação: “São José, dulcíssimo padroeiro dos agonizantes, fortaleça a tua esperança”, e da mesma forma compôs a belíssima oração: “A ti eu recorro, São José, padroeiro dos moribundos...”.