28. Como explicamos a intenção de José, “homem justo”, em querer deixar Maria?

A designação de “homem justo”, aplicada a José, indica que sua justiça não se deve porque é um observante da lei, pois de fato a lei mosaica autorizava ao marido, em caso de adultério de sua esposa, dar-lhe o divórcio, o que não é o caso de Maria. Ele se mostra justo não por querer aplicar justiça a uma inocente (no caso Maria, que não tinha cometido adultério), mas ele é justo porque na sua humildade sente-se não estar à altura de ser considerado o pai do Menino Deus.

Ao conhecer a grande missão que Deus confiara à sua esposa, como Mãe do Messias, ele sentiu-se diante daquele misterioso desígnio divino, entrou em contato com o inexplicável para ele e por isso, porque era homem justo, decidiu abandonar Maria. Porém, a sua decisão de abandoná-la não foi porque suspeitou algo errado nela e então para não desonrá-la, porque era bom, encontrou a solução de deixá-la. Não foi também porque diante do mistério da maternidade divina ele não conseguia compreender e assim, incerto, achou como melhor saída abandoná-la. Foi porque ele, na sua humildade, sentiu-se indigno de compartilhar sua vida ao lado de Maria, achando ser um obstáculo para a ação de Deus sobre ela.