10. E quanto ao ambiente religioso?

Toda a vida religiosa do povo hebreu, mas também a política e a social, girava em torno do Templo de Jerusalém, este imponente edifício que tinha sido construído pelo Rei Salomão dez séculos antes de Jesus nascer. Destruído por Nabucodonosor em 516 aC, fora reconstruído por Zorobabel. Porém, por volta do ano 20 antes do nascimento de Jesus, novamente fora destruído por Herodes para que em seu lugar fosse edificado um outro mais suntuoso e rico pela sua imponência. Este ficou pronto no ano 64 dC.

O Templo era o lugar das orações e das ofertas dos sacrifícios e imolações de animais por parte dos hebreus. Pela sua importância e constante movimentação, devido ao fluxo de gente que o freqüentava, este possuía 20 mil funcionários, desde o mais alto grau sacerdotal até o mais humilde empregado. Naturalmente para sustentar todo este funcionamento, cada hebreu pagava 10% de impostos do que produzia.

Outro fator importante que constituía o contexto religioso da época era a divisão dos grupos ou classes, constituídos pelos saduceus, que eram as pessoas mais ricas e influentes. Estes geralmente eram os sacerdotes e os administradores do Templo; era o grupo dos privilegiados. Seguiam depois os fariseus, inimigos dos Romanos e distinguidos pela ostentação religiosa, com suas práticas de orações, purificações, normas de comportamento e pela observância estrita da lei. Havia ainda um grupo de revolucionários e guerrilheiros denominados de Zelotas e também uma outra classe conhecida como Essênios. Estes viviam em comunidades monacais às margens do Mar Morto, numa localidade hoje conhecida como Quamrám, onde levavam uma vida ascética e rígida. Por fim, devido a uma divisão dos hebreus no século X aC, a região da Samaria era considerada pelos judeus como uma terra maldita e seus habitantes eram tidos como pagãos, heréticos e impuros, e por isso odiados, ainda mais porque adoravam a Deus no monte Garizim, onde haviam construído um Templo.